Ao apontar os
possíveis erros da candidatura de José Serra (PSDB) à Prefeitura de São
Paulo, o deputado Edson Aparecido, coordenador da campanha tucana, citou
a polêmica em torno do kit anti-homofobia na primeira semana do segundo
turno como um dos principais problemas enfrentados.
“Patinamos uma
semana discutindo um assunto que não era da nossa campanha, que foi o
chamado kit-gay, que virou personagem da campanha. Isso não era uma
estratégia nossa. Uma coisa que veio de fora e ocupou o debate da
cidade”, disse.
Na primeira
semana após o primeiro turno, o pastor evangélico Silas Malafaia, que
apoiava Serra, deu início às polêmicas envolvendo o kit anti-homofobia.
O pastor atacou
o que ficou conhecido como "kit-gay" do MEC, idealizado quando Haddad
estava à frente da pasta, em 2011. O material não chegou a ser
distribuído porque foi barrado pela presidente Dilma Rousseff após
pressão das bancadas católica e evangélica do Congresso Nacional.
O debate se
voltou para Serra quando a imprensa divulgou que o tucano distribuiu aos
professores material de conteúdo semelhante quando era governador, em
2009 --ele negou a semelhança e fez críticas ao material do MEC.
Haddad, então,
declarou que a discussão fomentava a "intolerância", mas os dois
candidatos evitaram se posicionar claramente sobre o tema durante a
troca de ataques.
Segundo
Aparecido, o tempo perdido com o kit-gay poderia ter sido usado para
discutir a ampliação do Bilhete Único de três para seis horas, proposta
por Serra na última semana.
“Deixamos de
discutir esses dois assuntos que, na reta final, fizeram inclusive a
gente recuperar [votos]. A população entendeu a proposta do Serra sobre o
Bilhete Único e o perigo de o PT acabar com as organizações sociais.
Então a gente voltou a crescer, e ele [Haddad] começou a cair. Só que
não deu tempo de fazer a curva novamente”, disse Aparecido.
Fiéis declaram-se avessos ao uso da religião na disputa eleitoral
Apesar de
questões de cunho religioso terem criado polêmica entre os candidatos na
corrida pela prefeitura de São Paulo, "eleitores-fiéis" mostraram-se
resistentes à influência do tema na disputa pela administração municipal
deste domingo.
A questão
religiosa esteve no centro do debate pelo comando da maior cidade do
país desde o primeiro turno, com a discussão em torno da influência da
Igreja Universal do Reino de Deus na candidatura de Celso Russomanno,
cujo partido, o PRB, é ligado à essa igreja.
No segundo
turno, sem a presença de Russomanno, boa parte da disputa entre o
petista Fernando Haddad --apontado pela pesquisa como provável
vencedor--, e o tucano José Serra, girou em torno do kit anti-homofobia
criado na gestão de Haddad à frente do Ministério da Educação. Alvo de
críticas de setores religiosos, o material foi apelidado de "kit-gay".
"Os políticos
estão achando que se aconchegando aqui na igreja eles vão conseguir
puxar o povo ali para o lado deles", disse a administradora Gislaine
Aparecida da Silva, 32 anos, ao deixar uma missa celebrada pelo bispo
católico dom Fernando Figueiredo, na zona sul da capital.
"Mas no final, a gente vota em quem quer", acrescentou.
Tanto Haddad quanto Serra compareceram a missas celebradas por dom Fernando e pelo padre Marcelo Rossi durante a campanha.
Na disputa pelo
segundo turno, o pastor Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de
Deus Vitória em Cristo, afirmou que líderes evangélicos não dariam
"refresco" a Haddad, e criticou assiduamente o kit anti-homofobia, que
acabou não sendo distribuídos em escolas como o previsto por decisão da
presidente Dilma Rousseff.
Como reação às
críticas de Malafaia, o petista convocou reunião com lideranças de 20
cultos evangélicos, que publicaram manifesto defendendo Haddad.
Na campanha
eleitoral no primeiro turno, um texto publicado em maio de 2011 pelo
presidente do PRB, Marcos Pereira, que coordenou a campanha de
Russomanno, associando o kit anti-homofobia à influência da Igreja
Católica foi amplamente divulgado em redes sociais no primeiro turno.
Em setembro, a
Arquidiocese de São Paulo emitiu uma nota de repúdio contra a
publicação, afirmando que o PRB é "manifestadamente ligado à Igreja
Universal".
Religião é uma coisa, política é outra
Fiéis católicos e evangélicos consideram que a polêmica não é determinante na hora de votar.
"Já vi alguns
padres pegando pelo lado da consciência do voto, não indicando um nome
ou outro", disse o gerente de vendas Franklin Albuquerque, 40 anos,
católico. Ele acrescentou que não ouviu menção ao kit anti-homofobia em
sermões.
"Religião é uma coisa, política é outra coisa", acrescentou Albuquerque.
Um eleitor
católico, que frequenta a missa com dom Fernando toda a semana, disse
que não concorda com o kit anti-homofobia. "Mas isso não me impede de
votar no Haddad", afirmou ele, que não quis se identificar
Com informações Uol/Reuters
Malafaia é o "abraço de afogado" da política nacional e conseguiu a proeza de ser mais 'mala' do que o Maluf. Malafaia, mano, conto com seu apoio para a campanha do Kassab em 2014! KKK