Em 2 Coríntios, Paulo escreve primeiramente para defender seu próprio apostolado contra determinados homens que ele, mais tarde, chamou de falsos apóstolos (2 Coríntios 11.13). Esses homens estavam ensinando que Paulo não era um apóstolo de verdade e estavam dirigindo muitos ataques contra seu caráter e seu ministério, ao ponto que os Coríntios começaram a duvidar de Paulo e, ainda, duvidar do evangelho que ele pregava.
Por exemplo, esses falsos apóstolos acusaram-no de estar sob o juízo de Deus por causa de seus constantes sofrimentos. O pensamento era que, se Paulo foi realmente mandado por Cristo, ele não enfrentaria tal oposição e confusão, mas, ao contrário, Deus o abençoaria. Assim, em 2 Coríntios 1.3-11, Paulo defende-se dizendo que seus sofrimentos pelo Evangelho são, na verdade, uma marca do favor de Deus. Longe de desacreditá-lo como um apóstolo, sofrimentos são um distintivo de sua autenticidade como um ministro de Cristo. Eles também o acusaram de indeciso, e de “propor um acordo com a carne” (2 Coríntios 1.17) por ele ter mudado seus planos de ir a Corinto. Então, em 2 Coríntios 1.15-22, ele se defende dizendo aos Coríntios que sua palavra não é sim ou não, mas sim, bem como todas as promessas de Deus são sim em Cristo. Outra acusação era que ele não tinha credenciais – uma espécie de apóstolo que chegou tardiamente, não fazia parte dos doze originais. Então, em 2 Coríntios 3.2, ele pergunta aos Coríntios:“Precisamos de carta de recomendação para vocês? Vocês são nossa carta de recomendação. O fato de vocês conhecerem Cristo por causa do evangelho que nós pregamos a vocês é evidência de nossa autenticidade”.
No capítulo 4, descobrimos que outra acusação era que sua mensagem era confusa. E isso era uma acusação substancial, porque a cultura de Corinto louvava a sabedoria humana, a inteligência de discursar e a oratória persuasiva. Eles tinham em alta consideração aqueles que eram hábeis na retórica e oratória, e menosprezavam aqueles que não eram. Assim, esses homens estavam dizendo: “Ei, olhe, Paulo, apenas algumas poucas pessoas estão acreditando em sua mensagem. Se fosse verdade, e você fosse realmente enviado por Cristo, mais pessoas acreditariam!”.
Parece um pouco como os dias de hoje, não é? “Se Deus realmente estivesse te abençoando, você teria mais pessoas em sua igreja! Se você realmente tivesse uma doutrina sólida – e se doutrina fosse realmente importante – mais pessoas acreditariam!”.
O propósito da Igreja definido pelo propósito de Deus
O que há de tão interessante para mim é como a resposta extremamente instrutiva de Paulo a essa acusação é de como a Igreja pode ser testemunha fiel de Cristo em nossas várias esferas da vida. Ele fala aos falsos apóstolos: vocês não entendem a doutrina da eleição. Pode ser que nosso evangelho seja encoberto – isto é, certamente: há muitos que não crêem em nossa mensagem – mas nosso evangelho é encoberto apenas para aqueles que estão perecendo.
Ele diz algo parecido em 2 Coríntios 2.14-16: “porque para Deus somos o aroma de Cristo entre os que estão sendo salvos e os que estão perecendo. Para estes somos cheiro de morte; para aqueles, fragrância de vida”. Paulo faz uma ligação entre a pregação do evangelho e o exalar de um aroma que encontra seu caminho nas narinas de todas as pessoas. E entre aqueles que escutam o evangelho, há dois tipos de pessoas: (a) aqueles que estão sendo salvos e (b) aqueles que estão perecendo; (a) aqueles que Deus escolheu em Cristo antes da fundação do mundo, e (b) aqueles que Deus não escolheu.
A mensagem da cruz é loucura para “os que estão perecendo”, mas para “aqueles estão sendo salvos” – os chamados (1 Coríntios 1.24) – é o poder de Deus para a salvação (1 Coríntios 1.18). Assim, quando o eleito de Deus tem a fragrância do Evangelho, é para ele um aroma de vida que leva à vida. Mas quando o não eleito a escuta, é um aroma de morte que leva à morte, porque a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo.
O próprio Cristo disse a mesma coisa aos judeus em João 10.26-27. Ele disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e eu dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer. Mas vocês não acreditam porque não são minhas ovelhas”. Entenda isso. Não é: “Vocês não são minhas ovelhas porque não crêem”, mas “vocês não acreditam porque não são das minhas ovelhas. Vocês não são aqueles que o Pai me deu” (cf. João 6.37,39).
Então a defesa de Paulo contra a acusação de que pessoas não, o suficiente, estão crendo em sua mensagem é simples: o propósito da Igreja no evangelismo – e em todas as facetas do ministério do Evangelho – é chamar as ovelhas de Cristo, não os bodes, para o rebanho. Vocês não devem esperar que os bodes creiam no evangelho; apenas as ovelhas escutem a voz do Pastor.
As Implicações
Considere as implicações que essa doutrina tem para nosso ministério do Evangelho – para a forma em que nós “praticamos igreja”. Se continuarmos a levar o Evangelho inalterado, bíblico, ao mundo, e eles continuarem a rejeitá-lo, não é sinal de fraqueza da mensagem. Nem mesmo necessariamente um sinal de fraqueza do mensageiro. Ao contrário, é o desenrolar do propósito de Deus de redimir um povo em particular: aquelas ovelhas que o Pai deu ao Filho.
Assim, se pregamos o Evangelho Bíblico aos nossos vizinhos e aos nossos colegas de trabalho e nossas comunidades com a paciência e compaixão de Jesus, e eles parecerem desinteressados, não devemos concluir que precisamos deixar crescer uma barbicha, começar a tocar rock secular, ter shows de luz, fazer esquetes e passar vídeos na igreja para atraí-los. A igreja não é chamada a entreter os bodes. Nossa tarefa é soar, quão claramente quanto pudermos, a voz do Pastor na mensagem do Evangelho e chamar suas ovelhas que conhecem essa voz para seu rebanho. O chamado da voz do Pastor é o meio pelo qual o rebanho de Cristo é trazido para dentro de seu aprisco. Um estranho elas simplesmente não seguirão, mas fugirão dele, porque não conhecem a voz de estranhos. Então por que adotaríamos uma metodologia de ministério que não está de acordo com a voz do pastor na pregação de sua palavra? Por que implementaríamos algo mais – algo que a Escritura promete que não atrairá as ovelhas de Cristo, mas os bodes? Talvez seja porque falhamos em entender as implicações de 2 Coríntios 4.3.
Nosso evangelho é, de fato, encoberto para aqueles que estão perecendo.
Assim, um princípio para o ministério do Evangelho fiel que Paulo dá à Igreja de Cristo neste texto é: sucesso no ministério do evangelho é medido não por números, mas por fidelidade à mensagem. Portanto, naquilo que parecer uma temporada de falhas externas, devemos buscar não o que oferece maior apelo, o que irá preencher mais lugares, ou o que terá mais “influência”. Temos que perguntar: “entendemos o evangelho corretamente? Estamos pregando a mensagem que recebemos? Estamos soando a voz do Grande Pastor, ou a voz de um estranho?”.
***Por exemplo, esses falsos apóstolos acusaram-no de estar sob o juízo de Deus por causa de seus constantes sofrimentos. O pensamento era que, se Paulo foi realmente mandado por Cristo, ele não enfrentaria tal oposição e confusão, mas, ao contrário, Deus o abençoaria. Assim, em 2 Coríntios 1.3-11, Paulo defende-se dizendo que seus sofrimentos pelo Evangelho são, na verdade, uma marca do favor de Deus. Longe de desacreditá-lo como um apóstolo, sofrimentos são um distintivo de sua autenticidade como um ministro de Cristo. Eles também o acusaram de indeciso, e de “propor um acordo com a carne” (2 Coríntios 1.17) por ele ter mudado seus planos de ir a Corinto. Então, em 2 Coríntios 1.15-22, ele se defende dizendo aos Coríntios que sua palavra não é sim ou não, mas sim, bem como todas as promessas de Deus são sim em Cristo. Outra acusação era que ele não tinha credenciais – uma espécie de apóstolo que chegou tardiamente, não fazia parte dos doze originais. Então, em 2 Coríntios 3.2, ele pergunta aos Coríntios:“Precisamos de carta de recomendação para vocês? Vocês são nossa carta de recomendação. O fato de vocês conhecerem Cristo por causa do evangelho que nós pregamos a vocês é evidência de nossa autenticidade”.
No capítulo 4, descobrimos que outra acusação era que sua mensagem era confusa. E isso era uma acusação substancial, porque a cultura de Corinto louvava a sabedoria humana, a inteligência de discursar e a oratória persuasiva. Eles tinham em alta consideração aqueles que eram hábeis na retórica e oratória, e menosprezavam aqueles que não eram. Assim, esses homens estavam dizendo: “Ei, olhe, Paulo, apenas algumas poucas pessoas estão acreditando em sua mensagem. Se fosse verdade, e você fosse realmente enviado por Cristo, mais pessoas acreditariam!”.
Parece um pouco como os dias de hoje, não é? “Se Deus realmente estivesse te abençoando, você teria mais pessoas em sua igreja! Se você realmente tivesse uma doutrina sólida – e se doutrina fosse realmente importante – mais pessoas acreditariam!”.
O propósito da Igreja definido pelo propósito de Deus
O que há de tão interessante para mim é como a resposta extremamente instrutiva de Paulo a essa acusação é de como a Igreja pode ser testemunha fiel de Cristo em nossas várias esferas da vida. Ele fala aos falsos apóstolos: vocês não entendem a doutrina da eleição. Pode ser que nosso evangelho seja encoberto – isto é, certamente: há muitos que não crêem em nossa mensagem – mas nosso evangelho é encoberto apenas para aqueles que estão perecendo.
Ele diz algo parecido em 2 Coríntios 2.14-16: “porque para Deus somos o aroma de Cristo entre os que estão sendo salvos e os que estão perecendo. Para estes somos cheiro de morte; para aqueles, fragrância de vida”. Paulo faz uma ligação entre a pregação do evangelho e o exalar de um aroma que encontra seu caminho nas narinas de todas as pessoas. E entre aqueles que escutam o evangelho, há dois tipos de pessoas: (a) aqueles que estão sendo salvos e (b) aqueles que estão perecendo; (a) aqueles que Deus escolheu em Cristo antes da fundação do mundo, e (b) aqueles que Deus não escolheu.
A mensagem da cruz é loucura para “os que estão perecendo”, mas para “aqueles estão sendo salvos” – os chamados (1 Coríntios 1.24) – é o poder de Deus para a salvação (1 Coríntios 1.18). Assim, quando o eleito de Deus tem a fragrância do Evangelho, é para ele um aroma de vida que leva à vida. Mas quando o não eleito a escuta, é um aroma de morte que leva à morte, porque a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo.
O próprio Cristo disse a mesma coisa aos judeus em João 10.26-27. Ele disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e eu dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer. Mas vocês não acreditam porque não são minhas ovelhas”. Entenda isso. Não é: “Vocês não são minhas ovelhas porque não crêem”, mas “vocês não acreditam porque não são das minhas ovelhas. Vocês não são aqueles que o Pai me deu” (cf. João 6.37,39).
Então a defesa de Paulo contra a acusação de que pessoas não, o suficiente, estão crendo em sua mensagem é simples: o propósito da Igreja no evangelismo – e em todas as facetas do ministério do Evangelho – é chamar as ovelhas de Cristo, não os bodes, para o rebanho. Vocês não devem esperar que os bodes creiam no evangelho; apenas as ovelhas escutem a voz do Pastor.
As Implicações
Considere as implicações que essa doutrina tem para nosso ministério do Evangelho – para a forma em que nós “praticamos igreja”. Se continuarmos a levar o Evangelho inalterado, bíblico, ao mundo, e eles continuarem a rejeitá-lo, não é sinal de fraqueza da mensagem. Nem mesmo necessariamente um sinal de fraqueza do mensageiro. Ao contrário, é o desenrolar do propósito de Deus de redimir um povo em particular: aquelas ovelhas que o Pai deu ao Filho.
Assim, se pregamos o Evangelho Bíblico aos nossos vizinhos e aos nossos colegas de trabalho e nossas comunidades com a paciência e compaixão de Jesus, e eles parecerem desinteressados, não devemos concluir que precisamos deixar crescer uma barbicha, começar a tocar rock secular, ter shows de luz, fazer esquetes e passar vídeos na igreja para atraí-los. A igreja não é chamada a entreter os bodes. Nossa tarefa é soar, quão claramente quanto pudermos, a voz do Pastor na mensagem do Evangelho e chamar suas ovelhas que conhecem essa voz para seu rebanho. O chamado da voz do Pastor é o meio pelo qual o rebanho de Cristo é trazido para dentro de seu aprisco. Um estranho elas simplesmente não seguirão, mas fugirão dele, porque não conhecem a voz de estranhos. Então por que adotaríamos uma metodologia de ministério que não está de acordo com a voz do pastor na pregação de sua palavra? Por que implementaríamos algo mais – algo que a Escritura promete que não atrairá as ovelhas de Cristo, mas os bodes? Talvez seja porque falhamos em entender as implicações de 2 Coríntios 4.3.
Nosso evangelho é, de fato, encoberto para aqueles que estão perecendo.
Assim, um princípio para o ministério do Evangelho fiel que Paulo dá à Igreja de Cristo neste texto é: sucesso no ministério do evangelho é medido não por números, mas por fidelidade à mensagem. Portanto, naquilo que parecer uma temporada de falhas externas, devemos buscar não o que oferece maior apelo, o que irá preencher mais lugares, ou o que terá mais “influência”. Temos que perguntar: “entendemos o evangelho corretamente? Estamos pregando a mensagem que recebemos? Estamos soando a voz do Grande Pastor, ou a voz de um estranho?”.
Traduzido por Carla Ventura | iPródigo.com | Original aqui
Fonte: http://blogdopcamaral.blogspot.com.br/
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