terça-feira, 24 de abril de 2012

Candido destaca o direito à comunicação na abertura do 2º Encontro de Blogueiros e Redes Sociais Do Alto Tietê

Evento regional, realizado no sábado (21/4) no Teatro Municipal Dr. Armando de Ré, contou com o apoio da Prefeitura
O prefeito de Suzano, Marcelo Candido, destacou o papel da internet para a ampliação do direito à comunicação, durante a abertura do 2º Encontro de Blogueiros e Redes Sociais do Alto Tietê. O evento foi realizado no sábado (21/4), no Teatro Municipal Dr. Armando de Ré, e contou com o apoio da Prefeitura.

“É uma satisfação muito grande recebê-los neste teatro para um debate tão importante como este”, disse Candido. “E um debate que não é só da cidade, mas de pessoas de várias partes do mundo”, completou, uma vez que o evento foi transmitido pela internet, pelo endereço: www.blogsdoaltotiete.blogspot.com, além de contar com a presença de blogueiros e interessados no assunto de toda a região.

Candido falou sobre o poder da internet de possibilitar que mais pessoas possam se expressar livremente, ampliando o diálogo e a manifestação de ideias, antes restrita a quem detinha os meios de comunicação. “O monopólio da comunicação fazia com que a informação fosse única, afastando o poder de comunicar que cada um tem”, disse. “É um grande momento que a humanidade vive. Esses instrumentos [blogs e redes sociais] precisam ser apropriados pela sociedade para que o debate ocorra de maneira clara, objetiva e verdadeira”.

O 2º Encontro de Blogueiros e Redes Sociais do Alto Tietê discutiu, entre outros assuntos, a contribuição das mídias alternativas no processo de democratização da comunicação no Brasil e os direitos humanos na rede. A mesa da manhã de sábado, contou com a participação da secretária municipal de Comunicação Social, Silmara Helena Pereira de Paula; do coordenador do curso de Comunicação da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), William Araújo; e do professor universitário Douglas Di Matteo.



SECOM SUZANO

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Artistas estão mais preocupados com glória pessoal que com a glória de Deus', afirma Jaime Kemp

PASTOR JAIME KEMP, FUNDADOR DO MINISTÉRIO VENCEDORES POR CRISTO E DO MINISTÉRIO LAR CRISTÃO AFIRMOU NO SALÃO INTERNACIONAL GOSPEL, QUE ARTISTAS CRISTÃOS ESTÃO MAIS PREOCUPADOS COM A GLÓRIA PESSOAL QUE COM A GLÓRIA DE DEUS.

No evento que expõe artistas e produtos da música gospel, Kemp disse ao TheChristian Post, que no panorama atual da música gospel, muitos dos artistas do segmento, os “artistas” querem viajar em aviões e ficar em hotéis de luxo.
“Não há sacrifício. Minha preocupação é na questão de sermos servos”, diz, e conclui: “acho que hoje muitos desses artistas pensam que a igreja que os chama são seus servos e não se colocam na posição de servir”.
Outro problema que o preocupa é a chamada comercialização do evangelho, comentando sobre os artistas evangélicos que cobram cachês para tocar e priorizam os ganhos financeiros.
Falando especificamente das composições atuais, ele comenta que as letras são muito pobres, não há mensagens sobre itens fundamentais como fidelidade à palavra, arrependimento, entrega total ao senhorio do Cristo.
“Não há esses elementos presentes na moderna música evangélica brasileira”. E se defende, “não faço parte deste movimento pop, cuja tônica é a desorganização e ausência de vida e testemunho cristãos”.
“Realmente não sei se esses jovens que estão hoje nos palcos tem Jesus Cristo como Senhor e Salvador ou se sabem comunicar o evangelho”, enfatiza Kemp.
Vencedores por Cristo
O famoso e ainda hoje muito lembrado conjunto de música evangélica Vencedores por Cristo é considerado um dos precursores da música cristã brasileira.
Segundo o líder cristão, na época da criação do grupo Vencedores por Cristo a música não era o ponto central.
“O ponto central era o discipulado, treinamento e ensino dos jovens. Eles eram ensinados como viver juntos, como dar testemunho, porque parte do ministério era o evangelismo.”
Os critérios para estar no grupo eram, segundo o líder, ser convertido a Cristo, ter um coração de servo e ter o desejo de trabalhar debaixo da estrutura e organização do grupo, além de ser recomendado pelo pastor de sua igreja.
“A idéia era a preparação da juventude para trabalhar na igreja (...) as músicas eram usadas como meio de comunicar e também dar testemunho levando a Palavra de Deus a lugares, os mais diferentes, como igrejas, praças, prisões”.
Por meio do ministério Vencedores por Cristo foi possibilitada a formação de mais de 200 líderes, missionários, pastores e músicos.
Kemp explica que o grupo criado na década de 1970 nunca teve o desejo ou intenção de influenciar a música brasileira.
“Deus direcionou, pois tivemos muitos compositores que foram treinados conosco. A música desenvolvida por eles acabou por transformar a música e o louvor brasileiros”.
Do ministério surgiram proeminentes músicos, hoje muito conhecidos no meio evangélico, como Guilheme Kerr, Nelson Bomilcar, JoãoAlexandre e outros que foram formados nessa época.
O líder disse ainda que teme que os hinos tradicionais da fé cristã se percam, já que eles não são tão populares entre os jovens e nas igrejas atualmente. Segundo ele, isso é preocupante pois há muita teologia e ensinamentos nos hinos tradicionais.
Jaime Kemp e a esposa Judith Kemp, são casados há 47 anos e lideram o ministério voltado à area familiar e são autores de pelos menos 60 títulos literários. O Vencedores por Cristo ainda existe atualmente e seu foco principal é o evangelismo.

Igreja brasileira está em crise ideológica', diz líder evangélico

Aconteceu no último dia 12, no Fórum Nacional de Música Gospel, evento que integra a programação do Salão Internacional Gospel, a palestra do Reverendo Paulo Siqueira, que explicou o que defende como “a volta das igrejas para o evangelho puro e simples”.
“Queremos levar as igrejas à reflexão”, disse ele em entrevista exclusiva ao The Christian Post, logo após a palestra.

Para o Reverendo, a igreja está passando por uma crise que ficou evidente com o escândalo envolvendo o casal Hernandes, fundadores da igreja Renascer em Cristo, deportados dos Estados Unidos após tentarem entrar no país em janeiro de 2007 com US$ 56 mil não declarados, sendo US$ 9 mil dentro de uma Bíblia.

O casal admitiu culpa nos crimes e ficou por dois anos em prisão domiciliar em Miami. No Brasil, eles também tinham acusações de usar o dinheiro da igreja em benefício próprio.

“Não é assim, a igreja não pode ficar passiva diante um ato desses. Devemos levar ao debate, isto não é o evangelho”, disse Paulo.

Casos como estes, em sua opinião, causam uma repercussão negativa aos evangélicos, “em vez de refletir, ao contrário, a igreja não se importou”, continuou, “a igreja brasileira está em uma crise ideológica”.

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Foi então que ele criou a “Marcha pela Ética Evangélica”, defendendo a volta ao evangelho puro e simples, que, segundo ele, significa “voltar ao que Jesus pregou. A igreja deve responder pela sua responsabilidade social, e às responsabilidades no mundo”.

Durante palestra, ele contou a sua trajetória que já dura 3 anos, com o slogan “O show tem que parar”.

O Reverendo chama a atenção para a mercantilização da igreja. “Hoje temos cursos de administração eclesiástica, porque a igreja tem que ser administrada, mas lamentavelmente, administrada como um negócio”.

Para ele, o crescimento econômico e o destaque na mídia que a igreja evangélica vem tendo nos últimos tempos seduziram muitos líderes. “A prova disso é que muitos evangélicos que jamais estariam no mercado secular de música, hoje estão neste mercado secular de forma totalmente natural”, explica.

“O que seria tratado como absurdo por muitos músicos antigamente, hoje é tratado de uma forma totalmente natural”, reforça Paulo, se referindo à glamorização do mercado musical gospel.

Para ele, há uma banalização do que vem da igreja, seja nos cultos, seja na música. “É preciso diferenciar a música que adora a Deus e a música que vende no mercado. A igreja deve ser respeitada. No momento do culto, nós nos achegamos a Deus”.

Com esta ideologia, ele pretende continuar frequentando eventos gospel e promover protestos com o slogan “o show tem que parar”.

VIA

segunda-feira, 9 de abril de 2012

O inferno


O invejoso não consegue esconder o tamanho de sua contrição. Por mais que agrida, sempre sofre. O valor que brilha nos outros dói nele. Não se conforma em ver-se preterido pela Providência. Seu talento, genialidade e riqueza não podem ser subavaliados. Muitas vezes piedoso no que constata, embarga a voz. Mas seu choro nunca expressa admiração. É jeito de remoer-se. Ardiloso, consegue até criar um eufemismo: inveja é apreciação – mal resolvida talvez, mas apreciação. Ressentido, chega a largar as pedras; prefere encher as mãos de lama. Melhor sujar do que matar.
O invejoso adora rotular. As etiquetas que pendura no peito dos desafetos não pretendem diminuir. São meras tentativas de afastar incautos da grandeza de quem abomina. “Como pode ser tão admirável”, pergunta-se. Alexandre Pronzato não deixa por menos: “O homem torna-se uma abstração quando lhe colo na pele uma etiqueta, quando o classifico. E quantas etiquetas existem por aí, já prontinhas! Materialista, ateu, liberal, comunista, progressista, revolucionário, libertino, reacionário. E a etiqueta impede de vê-lo e avizinhá-lo em sua realidade mais autêntica: um homem, um irmão”.
O invejoso não consegue amar; sequer amar a si mesmo. Detesta-se por não ter ou ser o que tanto aprecia. François Varillon diagnostica: “Se amasse ou se amasse bem – porque há um amor por si mesmo que não é egoísmo – não ficaria descontente com a força, a riqueza ou talento que florescem a seu redor e tornam o mundo mais belo”.
José Ingenieros sintetiza toda a psicologia da inveja numa simples fábula: “Um ventrudo sapo grasnava em seu pântano quando viu resplandecer no mais alto de uma pedra um vagalume. Pensou que nenhum ser teria direito de luzir qualidades que ele mesmo não possuiria jamais. Mortificado pela própria impotência, saltou em direção a ele e o encobriu com seu ventre gelado. O inocente vagalume ousou perguntar ao seu algoz: ‘Por que me tapas? E o sapo, congestionado pela inveja, apenas conseguiu interrogá-lo: ‘Por que brilhas?’”.
Os Dez Mandamentos, contados (ou percebidos) de cima para baixo, podem mostrar a degradação que a inveja impõe aos cobiçosos. O mandamento dez ordena: não cobice. A partir daí começa a derrocada do invejoso: no nono mandamento, levanta falso testemunho; no oitavo, rouba; no sétimo, traí; e no sexto, mata. Cobiçoso e homicida, separados no processo de agir, são iguais.
René Girard denomina essa mistura de desejo mimético. Girard usa a palavra mímesis porque entende que a violência se esconde no desejo. Somos constituídos a partir da imitação. E essa imitação não evolui, entre homens e mulheres, impune. Desejamos, desde o dia em que nascemos. Desejo que tanto leva à imitação quanto gera a vontade de suplantar o outro. Desejo e rejeição se imbricam na constituição humana.  Admiramos e odiamos, simultaneamente, quem se mostra capaz de possuir o que se tornou o alvo de nossa cobiça. Se, a princípio, imitamos, logo rejeitamos.Desejo mimético é disputar não apenas a posição que o outro ocupa ou o que ele é, mas, desejar os mesmos desejos que ele. Portanto, desejo mimético pode ser sintetizado numa pequena frase: desejar o que o outro deseja.
James Alison explica a teoria mimética de René Girard valendo-se de uma boa ilustração. “Quero uma jaqueta de aviador de caça porque vi o Tom Cruise vestindo uma no filme Ases Indomáveis(Top Gun). Até aqui tudo bem. Tom Cruise está muito longe. Eu nunca o conheci pessoalmente e nunca vou brigar com ele por causa de sua jaqueta. Além do mais, empresários inteligentes já se adiantaram à ocasião saturando o mercado com jaquetas de aviadores de guerra, de maneira que não vou precisar disputá-las com o mediador do meu desejo. Próximo de casa, todavia, depois de termos assistido ao filme Ases Indomáveis, um amigo e eu saímos às compras em busca de uma jaqueta de couro; e ele quer que eu o acompanhe para ajudá-lo a escolher uma bela jaqueta de aviador. De repente, ele vê uma jaqueta tipo Ases Indomáveis com um design bacana que adora, mas não tem dinheiro para comprar. Misteriosamente, nenhuma das outras 378 jaquetas da loja me chamam a atenção. Tenho que possuir aquela. Mais tarde, volto sorrateiramente à loja com meu cartão de crédito e a compro. Quando, mais tarde, encontro meu amigo num bar, ele não está nem um pouco contente. Discutimos violentamente: ‘Você roubou minha jaqueta’, ele diz. ‘Eu vi primeiro’. ‘Isso não é verdade’, digo. ‘Eu sempre a quis’, respondo, escondendo de mim mesmo e de meu amigo o fato de que, na realidade, por gostar dele e por querer ser como ele, eu tinha que tê-la. De qualquer maneira, por que o imbecil do meu amigo fez tanta questão que eu o admirasse naquela jaqueta, por que fez tanta questão que eu também a cobiçasse?”.
Eis a trilha por onde a inveja se intromete. Sorrateira, se instala na alma e gera violência. Valendo-se de pensamentos bem lógicos e racionais, o invejoso esconde no porão do inconsciente o que o desnuda: ele não passa de um fraco. Por isso, despreza. Encerrado na própria solidão e desesperado em mostrar-se essencial ao mundo, ausenta-se de tudo e de todos – Eis o Inferno, senhoras e senhores. À beira do barranco, onde inferno e solidão se confundem, o invejoso vomita sua maledicência no mundo. Inebriado, procura no próprio charco o espelho de sua formosura. Nada sente senão ressentimento e ódio. “Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes da emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras…” [Vinicius de Moraes]
Soli Deo Gloria
Ricardo Gondim

domingo, 8 de abril de 2012

A Justificação de Abraão (Romanos 4:1-25)

Paulo encerrou o capítulo 3 com a afirmação que a fé confirma e não anula a lei. Ele continua o seu argumento, citando o exemplo do pai do povo da aliança, Abraão. Todos os judeus respeitavam profundamente o pai de sua nação. Mostrando que Abraão foi justificado por fé, e não por obras de lei, Paulo reforça a sua defesa do evangelho entre os judeus.
Abraão justificado por fé (1-8)
Abraão foi justificado por obras de mérito, recebendo o salário justo por suas obras? Não! Deus aceitou a fé dele no lugar de perfeita justiça. Assim Abraão recebeu o favor (graça) de Deus, e não recebeu um salário devido por serviço prestado ao Senhor (1-4). Quando a pessoa confia em Deus, crendo que ele justifica o ímpio, Deus aceita a fé no lugar da justiça (5).
Davi, outro homem muito respeitado entre os judeus, entendeu que um homem abençoado é aquele que recebe o benefício da graça de Deus, o perdão dos seus pecados (6-8). Lembramos que Paulo citou vários salmos para mostrar a culpa do homem (3:10-18); agora cita o salmista para mostrar a dependência de todos na graça de Deus.
Gentios salvos pela fé (9-15)
O pai dos judeus foi justificado pela fé. Como, então, os gentios seriam justificados? Pela lei? Não! Eles também podem ser salvos pela fé.
A circuncisão não salva (9-12). Abraão recebeu a graça de Deus pela fé antes de ser circuncidado (veja Gênesis 12, onde recebeu as promessas, e Gênesis 17, onde recebeu a ordenança da circuncisão 24 anos depois). A circuncisão por si só não serve para nada diante de Deus. É necessária a obediência, andando “nas pisadas da fé que teve Abraão...antes de ser circuncidado” (12).
A lei não salva (13-15). Nem Abraão nem sua descendência receberam o favor de Deus mediante a lei. Se a herança pertencia exclusivamente aos da lei, a promessa e a fé seriam anuladas (compare Gálatas 3:16-18). A lei suscita a ira (15), trazendo conhecimento do pecado (3:20) e encerrando tudo sob o pecado (Gálatas 3:22). Veremos mais sobre isso a partir de 5:13.
Pai daqueles que crêem (16-25)
Abraão é o pai de todos que são da fé, e não apenas daqueles que receberam a lei (16-20). O mesmo Deus que levantou uma nação a um homem “amortecido” (19; veja Hebreus 11:12) poderá levantar uma nação santa de povos já considerados mortos pelos judeus. (O mesmo texto que traz a ordem original da circuncisão, também inclui a promessa ao velho Abraão que seria pai do filho da promessa, e que seria pai de muitas nações – Gênesis 17).
Abraão creu, mesmo nas promessas que pareciam impossíveis, porque confiou em Deus Todo-Poderoso (20-21). Deus aceitou a fé de Abraão como justiça (22).
O mesmo princípio aplica a todos que crêem nas promessas “impossíveis” de Deus, especificamente na ressurreição de Jesus Cristo (23-25). Ele foi:  Entregue por causa das nossas transgressões. Ressuscitado por causa de nossa justificação.
As nossas transgressões causaram a morte de Jesus. Num sentido, a nossa justificação, feita pelo sacrifício dele, “causou” a sua ressurreição. Uma vez cumprida a sua missão, ele foi ressuscitado de entre os mortos, mostrando para todos a base da esperança dos crentes.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Judas e o Evangelho Self-service de Hoje em Dia



Para muitos, o beijo de Judas se tornou na marca da traição. Porém, devemos salientar que o beijo identificou o Traído, e não o traidor.

Depois de dar uma demonstração de humildade aos Seus discípulos, lavando-lhes os pés como um servo, Jesus voltou à mesa, e anunciou-lhes que dentre eles havia um traidor.

Todos ficaram pasmados, e perguntavam-no: - Senhor, quem é?

E de um a um, perguntaram: - Por acaso sou eu, Senhor?

Como Jesus identificou o traidor?

Segundo Mateus, Jesus disse: "O que mete comigo a mão no prato, esse me trairá" (Mt.26:23).

Pode parecer para nós um simples gesto, mas para os discípulos, meter a mão no prato do Mestre representava um atrevimento impensável, que só mesmo alguém dotado de personalidade irreverente seria capaz.

Meter a mão no prato significa servir-se a si mesmo. Tal era o caráter do discípulo traidor, que ele não se dispunha a servir ninguém, a não ser a seu próprio ventre.

Esse gesto aponta profeticamente para o surgimento de um tipo de cristianismo, onde as pessoas são estimuladas a viverem para si mesmas, buscando servir-se, em vez de servir à Deus e aos seus semelhantes. Basta ligar a TV, para nos darmos conta de que o Evangelho mais em voga em nossos dias é o Evangelho Self-service. Sem terem consciência disso, estimuladas pelos falsos mestres, as pessoas estão metendo a mão no prato do Mestre.

É interessante notar que há uma pequena variação no texto de João acerca desse episódio. De acordo com ele, Jesus identifica o traidor como "aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado" (Jo.13:26). Imagino que ao ver Judas metendo a mão no Seu prato, Jesus o interrompe e lhe ´dá um pedaço de pão molhado no vinho de Sua própria taça. Judas não apenas quis se servir, mas sentiu-se à vontade para ser servido pelo próprio Senhor.

Pior do que servir-se a si mesmo, é servir-se do próprio Deus. É como achar que Deus existe em função de nossos caprichos e necessidades.

Ora, mesmo impactados por terem presenciado Seu Mestre servindo-os como um escravo, ninguém em sua sã consciência esperaria ser servido por Ele à Mesa. A lição que eles tiveram era que tinham que servir uns aos outros, e não esperar serem servidos.

Para avaliarmos o tipo de Evangelho que tem sido pregado em nossos dias, basta verificarmos o tipo de pessoas que ele tem produzido.

O genuíno Evangelho produz filhos cujo prazer é servir a Deus, servindo aos seus semelhantes.


O desevangelho, ou anti-evangelho (que é o Evangelho Segundo Judas) produz pessoas arrogantes, cheias de si, " cujo deus é o ventre".
Por Hermes C. Fernandes


quinta-feira, 5 de abril de 2012

A MALDIÇÃO DO ENTRETENIMENTO NO MEIO DA LITURGIA EVANGÉLICA BRASILEIRA



Infelizmente, o entretenimento está rapidamente se tornando a liturgia da igreja brasileira. Além do mais, muitos na igreja creem que essa é a única forma pela qual haveremos de alcançar o mundo. Por isso, dizem-nos que, se as multidões de pessoas que não frequentam as igrejas não querem ouvir pregações bíblicas, devemos dar-lhes aquilo que desejam. E normalmente elas desejam divertimentos, apresentações, teatros e shows. Mas, nunca desejam pregação, louvor, oração e adoração centrada em Deus. Centenas de igrejas têm seguido à risca essa teoria, chagando a pesquisar os incrédulos a fim de saber o que é preciso para que estes passem a frequentá-las.
Sutilmente, em vez de uma vida transformada, é a aceitação por parte do mundo e a quantidade de pessoas presentes aos cultos o que vem se tornando o alvo maior da igreja contemporânea. Pregar a Palavra e confrontar ousadamente o pecado são vistos como coisas antiquadas, meios ineficazes de se alcançar o mundo. Afinal, de contas, não são essas coisas que afastam a maioria das pessoas? Por que não atraí-las para a igreja, oferecendo-lhes o que desejam, criando um ambiente confortável e amigável, nutrindo-lhes os desejos que constituem seus impulsos mais fortes? É como se, de alguma forma, conseguíssemos que elas aceitassem a Cristo, tornando-O, de algum modo, mais agradável ou tornando a mensagem Dele menos ofensiva.
Essa maneira de pensam distorce por completo a missão da igreja. A Grande Comissão não é um manifesto de marketing. O evangelismo não requer vendedores, e, sim, profetas. É a Palavra de Deus, e não qualquer sedução mundana, que planta a semente que produz o novo nascimento (1Pe 1.23). Nada ganharemos, senão o desprazer de Deus, se procurarmos remover o escândalo da cruz (Gl 5.11).

Que o Santo Deus nos ajude pela graça revelada em Cristo Jesus e pelo poder do ministério do Espírito Santo.



Wadson Calais

Com Cristo Ficou Mais Difícil?

Com Cristo Ficou Mais Difícil?



Ele era, até certo ponto, um ser sectário em suas idéias e verdades apreendidas. Fazia racionalizações diárias. Mas, o espelho de sua consciência revelava mais as incongruências do seu ser, do que a “verdade” que tanto enfatizava em suas perorações. Quão enganoso era o seu “coração”, pois, as palavras que saiam de sua boca, negavam o seu próprio eu interior. Dizia-se cristão, e, no entanto, comportava-se como um animal contraditório e escorregadio.

Os seus emocionantes sermões tinham sobre a plateia um poder de convencimento fora do comum. Sem saber que o próprio “saber” é também uma forma de dominação, ele esbanjava a sua verve diante dos que estavam numa posição de inferioridade. E, essa arrogante atitude frente às ovelhas que pastoreava, ele confundia com a vontade Divina. Ele não admitia que as suas velhas certezas pudessem ser contestadas pelo seu semelhante que estivesse a lhe ouvir. Não entrava em sua cabeça a máxima do filósofo Montaigne, que dizia: “a palavra é metade de quem a diz, e metade de quem a escuta”.

Certa noite, após ter feito um longo sermão sobre adultério, sem conseguir conciliar o sono, dedicou-se a autoreflexão. Os pensamentos que assomaram a sua mente foram muito fortes e devastadores, a ponto de deixá-lo receoso de que aparecesse alguém ali, e pudesse auscultar o que estava imaginando naquele momento.

Estava aturdido com o versículo emblemático, tema de seu último sermão, que como cola em madeira, impregnara o seu cérebro: “Eu, porém, vos digo: Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já cometeu adultério com ela. ( Mateus 5 : 28)

“Antigamente era melhor. Depois de Cristo, ficou mais difícil, porque, só em pensar o homem já cometeu pecado em seu coração” ─ Era esse o pensamento que vinha sufocando a sua alma após o duro sermão que fizera, com o intuito de conter o início de uma onda de litígios e separações entre casais em sua igreja.

A rígida hermenêutica que seguia letra a letra foi desconcertada pelo humano olhar que fazia, agora, para dentro de si mesmo. Por seus olhos passavam os valores, as crenças, aquilo que ele presenciava no meio da sociedade onde ensinava. Os paradigmas inflexíveis que ele colocara na sua vitrine teológica eram agora objeto de novas interpretações.

Estava realmente hesitante e confuso.

Lembrou-se do zelo de Saulo pela Lei. No afã de fazer prevalecer a Lei, o futuro disseminador do cristianismo, paradoxalmente, perseguia Cristo.

Em sua aflição chegou a perguntar para si mesmo: Nesse ponto, Cristo veio dificultar as coisas para o lado do homem?. Deus se humanizou para tornar mais complicada a vida do homem?

A frase fatal “de que agora se tornou mais difícil”, ─ martelava a sua cabeça.

Estremecido pela contradição humana, ele tentava apaziguar a sua alma, com exercícios e mais exercícios de imaginação. Continuou pensando, formulando perguntas e mais perguntas para si mesmo.

O fato de que Cristo viera resgatar a transparência, que havia se perdido, na relação entre os homens, no seu entendimento, tornara tudo muito mais difícil do que no tempo da Lei. Cristo viera rasgar o véu que escondia a hipocrisia do homem, para expor a trama mental urdida “secretamente” sob a forma de desejos ilícitos ─ era isso que ele de maneira tênue começava a entender.

Um vendaval de perguntas sem respostas, golpeava a sua mente insone na fatídica noite em que ele resolveu mergulhar, mais profundamente, nas águas tenebrosas do abismo do seu ser.

Um rosário de interrogações encharcava o seu confuso cérebro:

O melhor de antes, significava que a Lei só punia o ato, e era cega para as intenções do coração?

O melhor de antes, era porque, a cada sacrifício levado ao altar expiavam-se os pecados, deixando o homem livre para pecar de novo?

O que ficou mais difícil hoje, com relação aos pensamentos pecaminosos, é que com Cristo, não podemos mentir para nós mesmos?

Depois de muito refletir ele chegou à conclusão de que antes de Cristo, o formalismo das representações, como um porão, escondia os recalques e as más intenções urdidas nos recônditos da mente.

Agora, tudo tinha que ser transparente, e as intenções do coração passaram a ter peso igual ao mal praticado. Mas o contraditório surgiu rápido em sua mente, ao lembrar de Caim, que planejara em seu coração o assassinato de seu irmão Abel, ocasião em que Deus tinha lhe dado uma chance, ao falar: “[...] o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar”. (Gênesis 4: 7). É ─ refletia ele ─ nesse caso houve um desejo urdido no coração de Caim, que se não tivesse sido concretizado, não haveria pecado. Não entendia o “porquê”, da intenção malévola, nesse caso, não ser considerada, em si, um pecado, como acontecia com o desejo impuro à respeito das mulheres.

O pregador com o coração carregado de ansiedade já não se entendia mais, debatendo-se internamente contra os muros dos seus pré-conceitos.

Foi naquela marcante noite que ele descera ao porão do seu próprio inferno. Disse para ele mesmo: “não vou mais pregar sobre esse tão enigmático tema!”.

Havia mulheres na sua igreja, que eram belas, e isso ele não podia negar. Bem ─ dizia para si mesmo ─, o perigo reside no fato de admirá-las demoradamente, e isso é uma questão de grau. Depois do achar belo, vem o admirar, e finalmente, de forma sutil, viria a amizade ─ onde tudo poderia resvalar para ilicitude.

Ele admitia que a graça e a misericórdia de Deus cobriam uma multidão de pecados, menos o pecado do “desejo impuro” em relação ao sexo oposto ─, mesmo que de forma involuntária isso viesse a acontecer.

Com a cabeça à mil, ele chegou a sentir saudades da relação Deus-homem do Velho Testamento. Como gostaria que voltasse o tempo de Moisés, onde a pena para o pecado do adultério só era validada quando se ia às vias de fato. Além do mais, pensava: “naquele tempo, não poderia haver lugar para o remorso, pois havia o tal do bode expiatório que ao receber os pecados de todos, desaparecia numa fuga desembestada e doida pelo meio do deserto?”.

No dia seguinte, com os olhos a denunciar que passara toda a noite acordado, prometeu para ele mesmo: “Doravante, ao abordar as minhas ovelhas, vítimas desse venenoso desejo, serei mais compreensivo e misericordioso”.

Por Levi Bronzeado

***

Fonte:
Ensaio por Levi B. Santos
Guarabira, 06 de junho de 2006

segunda-feira, 2 de abril de 2012

INSCRIÇÕES ABERTAS: II ENCONTRO DE BLOGS E REDES SOCIAIS DO ALTO TIETÊ





Já estão abertas as inscrições para o II Encontro de Blogueiros e Redes Sociais do Alto Tietê, que ocorrerá no dia 21 de abril, em Suzano. Grandes nomes do jornalismo e das mídias alternativas estarão nos debates deste que já se consolida como um dos maiores eventos de comunicação do Estado.

O encontro objetiva promover um grande debate sobre a democratização dos meios de comunicação, o potencial das mídias alternativas, a atuação dos usuários de redes sociais e escritores de blogs, além de debater a temática dos direitos humanos na internet.

O evento serve ainda para integração, troca de conhecimentos e entretenimento entre todos os participantes. Em 2011, na sua primeira edição, o encontro reuniu mais de 200 internautas na cidade de Poá. A expectativa dos organizadores é ultrapassar esse número nesta segunda edição.

Além dos palestrantes da região, já confirmaram presença os jornalistas Paulo Henrique Amorim, da Rede Record, e Heródoto Barbeiro, da Record News e o Deputado Federal Paulo Teixeira. Nos próximos dias, a programação completa será divulgada no blog oficial do evento.

As inscrições são gratuitas e os participantes devem preenchê-las em www.blogsdoaltotiete.blogspot.com
 . O número de vagas é limitadas, portanto, garanta logo sua presença.

Comissão Organizadora
#2blogueirosAT

domingo, 1 de abril de 2012

Hosana uma ova!







Havia uma expectativa no ar. Todos comentavam entre si que finalmente chegara o dia em que o Messias tão esperado adentraria triunfantemente em Jerusalém; dirigindo-se ao palácio, deporia Herodes, o rei fajuto, marionete do império romano. Um tal galileu surgira na periferia, fazendo milagres, exorcizando demônios, alimentando multidões. Além de tudo, tinha pedrigree. Só poderia ser Ele, o filho de Davi, que libertaria Seu povo do domínio romano, e assumiria o trono do qual era herdeiro. 

A cidade estava em polvoroza. Munidos de ramos, todos dirigiram-se ao portão principal para dar boas vindas ao que vinha em nome do Senhor. HOSANA! Os tempos áureos voltaram! Viva o Filho de Davi!
De repente, desponta no horizonte um figura doce, serena, montada num jumentinho. Seus discípulos O precediam e engrossavam os brados de hosana. 

Acostumados em assistir às paradas triunfais, em que reis e generais se apresentavam montados em extravagantes corcéis, a imagem d’Aquele galileu montado num jumento era, no mínimo, frustrante. Mesmo sem entender direito o que acontecia, os brados de hosana se intensificavam. Talvez aquilo fosse um recurso cênico, visando identificá-lO com as camadas mais pobres e oprimidas da sociedade. Ninguém sabia que o jumentinho era emprestado. 

Ao atravessar o portão da cidade, todos imaginavam que Ele Se dirigiria ao palácio, liderando o povo para uma tomada de poder, mas em vez disso, Ele toma o lado oposto, e Se dirige ao Templo. 

Possivelmente muitos pensaram que Ele faria uma breve escala no templo, a fim de legitimar Seu motim, buscando apoio da casta sacerdotal. 

Inusitadamente, Sua feição é transformada. O galileu humilde montado num burrinho, agora improvisa um chicote, adentra os pátios do templo, e de lá expulsa os cambistas e mercadores. 

Confusão geral! Os brados de hosana foram substituídos por burbúrios. Todos estavam enganados em suas expectativas. Ele não estava interessado em ser unanimidade. Não buscava apoio dos sacerdotes, nem dos dos principais partidos religiosos. 

O reino que Ele representava não propunha mudanças que começassem pelo palácio, mas pelo templo. A Casa de Seu Pai estava sendo profanada, transformada num mercadão a céu aberto. Antes de instaurar a ordem do reino, aquela “ordem” teria que ser subvertida. Mesas de pernas pro ar! Gaiolas abertas! Cambistas expulsos! 

O mesmo Cristo do jumentinho é o Cristo do chicote. Não confunda Sua humildade com passividade. Ele jamais fez vista grossa às injustiças dos homens. 

Depois de limpar o terreno, cegos e coxos Lhes são trazidos, e Ele os cura ali mesmo. De repente, o silêncio é quebrado por brados de hosana, que desta vez vinham dos lábios de crianças. 

Os sacerdotes, indignados, perguntam se Ele não se incomoda com aquilo. Jesus responde: Vocês jamais leram? Da boca das crianças é que sai o mais puro louvor. 

Repare nisso: Os hosanas bradados à entrada de Jerusalém não mereceram qualquer comentário de Jesus. Entretanto, Ele sai em defesa das crianças que O louvavam com a mesma expressão. Por quê? Porque estes eram legítimos, desprovidos de interesses. Os hosanas de quem O recepcionou à porta da cidade foram interrompidos, tão logo Jesus feriu seus interesses. 

Aqueles O louvavam por imaginarem que Jesus planejava um golpe político, e que, em posse do trono, romperia relações com Roma, reduziria a carga tributária, e restabeleceria a monarquia de Davi. Mas Jesus tinha em mente outro tipo de revolução. Somente as crianças estavam prontas para isso. Naquele momento, Jesus Se tornou no superherói da meninada. Só Ele teve a coragem de desafia o status quo. Só Ele ousou enfrentar os que detinham o monopólio religioso. 

Enquanto as crianças O louvavam, os adultos, indignados, já pensavam em como detê-lO. Foi esta postura subversiva que Lhe custou a vida. Começava ali a contagem regressiva para que o Cristo subversivo fosse morto, não por defender uma ideologia, mas um ideal, o ideal do Reino de Deus. 

Desde então, o grito de “hosana” deveria ter conotação subversiva, e não ser mais um jargão religioso. Que seja o hosana das crianças, dos representantes do futuro, aqueles para os quais é o reino dos céus, e não o hosana dos interesses inconfessáveis, do monopólio, da religiosidade insípida, do jogo político. É triste e revoltante ver tantos cristãos deixando seus cultos dominicais portando ramos nas mãos, sem com isso serem cúmplices de Deus na instauração do Seu reino.

Que a religião instituída desista de tentar domesticar Jesus.



Hermes C. Fernandes