Ficou escandalizado com o título do artigo?
Pois muito mais escandalizados ficaram os detratores daquela mulher pega em flagrante adultério, quando desarmados pela pergunta de Jesus.
Que Deus é contrário ao adultério, não pode haver qualquer dúvida. Ele corrompe relações, destrói lares, e de quebra, destroça a alma. Jamais encontraremos Jesus dizendo uma só palavra em apoio a este tão danoso pecado. Entretanto, lá estava Ele, se entromentendo em questão alheia, em defesa de uma adúltera.
Seu argumento foi imbatível: Quem não tivesse pecado, que se atrevesse a atirar a primeira pedra. Não duvido que alguns dos que se dispunham a executá-la sumariamente, haviam tido caso com ela. Talvez, o que os motivasse fosse uma espécie de “queima de arquivo”. Outros sequer a conheciam, mas em nome da moral e dos bons costumes, carregaram-se de pedras. Todos, porém, tinham algo em comum: o pecado. Nem todos eram adúlteros, mas alguns eram corruptos, outros difamadores, alguns mentirosos, outros dissimuladores, e por aí vai…Jesus os desmonta!
Mas será que valia a pena expor-se daquela maneira por uma despudorada?
A bem da verdade, Jesus nunca se preocupou com a opinião pública. Se fosse hoje, alguém o classificaria de liberal, ou qualquer outra categoria humana. Do ponto de vista do marketing, defender aquela mulher era cometer suicídio. Sua popularidade cairia. Sua moral seria questionada. Sua imagem maculada.
Às favas com a imagem! Muito maior valor tinha aquela vida!
E se fosse hoje? Se Jesus flagrasse um homossexual prestes a ser linchado, Ele igualmente o defenderia?
Os ‘puritanos’ dirão que não!
“Bicha tem mesmo é que morrer!” Dá pra acreditar que já ouvi isso da boca de gente que diz servir a Deus?
Defendemos o direito dos fetos à vida, mas somos insensíveis ao ponto de não defendermos o mesmo direito para os homossexuais. Em vez disso, preferimos nos entrincheirar contra a comunidade gay, apontando o seu pecado, e nos fazendo o seu inimigo número 1. Há, inclusive, razões políticas para isso. Boa parte dos deputados que formam a bancada evangélica foi eleita em cima da “ameaça” do que eles chama de ditadura homossexual.
Enquanto isso, o número de homossexuais assassinados em nossas cidades cresce drasticamente.
Será que um ativista gay pararia pra ouvir nossa mensagem, enquanto nos posicionamos contra suas reivindicações?
Não estou aqui afirmando que tais reivindicações sejam justas ou não. Caberá à sociedade com um todo julgá-las.
Mas talvez, se fizéssemos manifestações que denunciassem a violência sofrida por eles, ganharíamos seu coração, e assim, eles se disporiam a nos ouvir.
Semelhante àquela mulher adúltera, os homossexuais já têm muitos acusadores. Que nos posionemos ao lado de Jesus para defendê-los, em vez de ao lado de seus detradores para persegui-los!
Não estou, com isso, endossando seu estilo de vida. Assim como Jesus não endossou o adultério. Pecado é pecado, e ponto. Não há o que negociar. Porém, quem estabeleceu uma hierarquia para os pecados foi a religião, não Jesus. A prática homossexual é tão pecaminosa quanto mentir ao declarar seu imposto de renda. Antes de apedrejá-los, pense nisso.
O que os gays precisam é de alguém que os ame, os acolha, em vez de acusá-los e rechaçá-los.
Creiam-me. Não estou aqui buscando ser politicamente correto, nem tentando fazer proselitismo.
Possivelmente este artigo desagradará tanto a gregos, quanto a troianos. Porém, minha consciência se tranquiliza por saber que estou saindo em defesa da vida, e não de uma prática ou de uma agenda política.
Não posso me calar enquanto a cada dois dias um homossexual é assassinado no Brasil por conta de sua opção sexual. Ora, se a prática homossexual é pecado, a homofobia também o é.
Hermes Fernandes é um dos mentores da subversão Reinista do Genizah
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