Bolsonaro quer separar sangue de gays do sangue de héteros nos hospitais
UOL
Marcelo Cia
O deputado Jair Bolsonaro (PP - RJ) afirmou nesta quinta-feira que vai propor um projeto de lei que garanta que a pessoa que necessitar de transfusão de sangue possa optar por receber apenas sangue doado por um heterossexual. Segundo o deputado, homossexuais correm risco de ter o vírus HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis 17 vezes a mais que heterossexuais, e isso justificaria sua proposta. Ainda segundo Bolsonaro, esse é um dado do próprio Ministério da Saúde, que recentemente flexibilizou oa doação de sangue para homossexuais. Até então, homossexuais eram proibidos de doar sangue. A partir do mês de junho último, o Ministério da Saúde lançou novas regras para a doação de sangue e garantiu que o homem homossexual possa doar sangue desde que tenha parcerio fixo ou que não tenha feito sexo nos últimos doze meses.
O deputado Bolsonaro afirma que o sangue doado é "todo misturado" e que, portanto, o receptor deve saber se está recebendo sangue gay ou heterossexual.
A proposta ainda não foi apresentada na Câmara.
O deputado Bolsonaro afirma que o sangue doado é "todo misturado" e que, portanto, o receptor deve saber se está recebendo sangue gay ou heterossexual.
A proposta ainda não foi apresentada na Câmara.
Comentário de Danilo Fernandes
Todo sangue doado passa por testes diversos antes de ser utilizado. De fato, desde a década de 90 o Brasil tem um dos protocolos mais rigorosos do mundo neste aspecto. Quando um acidente ocorre é caso de Jornal Nacional.
Sugerir este tipo de "medida" neste momento da história brasileira é uma forma de ofender a dignidade humana das pessoas em um grau comparável ao que fez Hitler em relação aos judeus e muitas outras nações em relação aos negros.
Discordar da prática de outras pessoas, abominar o pecado não dá o direito a este homem de ofender as pessoas assim, mesmo que tenha sido ofendido. Isto é baixo.
Assistimos aqui uma defesa aberta da eugenia. Uma das poucas exceções à liberdade de expressão nos países civilizados, por ser a base da ideologia da limpeza étnica, da escravidão, etc. Não há um pingo de cristianismo nestas atitudes. Isto é uma monstruosidade.
Obviamente, diante disto, se há um Sangue que devia ser a preocupação de Bolsonaro, este é o de Jesus. Um que definitivamente nunca o tocou.
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